Algumas pesquisas têm demonstrado que a ingestão reduzida ou os níveis baixos de vitamina B6 (também chamada de piridoxina) têm sido associados à um maior risco para o desenvolvimento de diferentes tipos de câncer.
Não se conhece ainda o exato mecanismo, mas a vitamina B6 parece poder exercer um possível papel protetor contra o câncer.
A piridoxina (vitamina B6) é um micronutriente que participa de várias funções no organismo e faz parte de diversas reações do metabolismo, principalmente as relacionadas com os aminoácidos e enzimas, que são proteínas que ajudam a regular os processos químicos do corpo humano.
Além disso, a vitamina B6 também atua e regula o desenvolvimento e o funcionamento do sistema nervoso, protegendo neurônios e produzindo neurotransmissores que transmitem as informações.
Cabe ressaltar, que a vitamina B6 exerce uma importante função na manutenção da integridade e no reparo do DNA, sendo considerada uma molécula fascinante por ser uma coenzima envolvida em mais de 150 reações bioquímicas.
Sua deficiência pode estar associada à várias doenças, como diabetes, doenças cardíacas, câncer e com o prognóstico da Covid-19, por exemplo.
Quanto maior o nível de vitamina B6 no sangue do paciente, melhor a resposta à Covid-19.
Curiosamente, o grupo considerado de maior risco na Covid-19 é o de diabéticos, hipertensos, obesos e portadores de câncer.
Quais os principais sinais e sintomas clínicos da deficiência de vitamina B6?
-Mudança de personalidade
-Hiperirritabilidade
-Depressão
-Movimentos anormais da cabeça
-Convulsões
-Fadiga crônica
-Neurite periférica
-Insônia
-Feridas na boca e língua
-Náuseas e vômitos
-Tensão pré menstrual
-Cálculos renais (B6 aumenta a eliminação de oxalato)
-Síndrome do túnel do carpo
-Artrites
-Eczema
-Acne
-Dermatites
–Queda de cabelo
-Baixa imunidade
-Doença fibrocística de mama
–Risco para o câncer
-Aumento do estresse oxidativo
Antagonistas medicamentosos de vitamina B6:
O uso de alguns medicamentos podem reduzir a vitamina B6.
-Antidepressivos
-Medicamentos com estrogênio
-Anticoncepcionais
-Diuréticos
-Corticoides
-A isoniazida para tratar tuberculose
-Tetraciclina
A vitamina B6, o diabetes e o câncer
É sabido que altas taxas de glicose (açúcar) no sangue promovem a formação de compostos glicados avançados e aumentam o estresse oxidativo, o que pode trazer danos à órgãos como o coração, aos nervos, olhos e rins.
Fortes evidências mostram que o diabetes e o câncer são correlacionados não apenas por dividirem os mesmos fatores de risco, mas também porque pacientes diabéticos podem apresentar maior risco de desenvolver câncer.
E podemos observar que tanto pacientes com diabetes quanto pacientes com câncer apresentam normalmente níveis sanguíneos baixos de vitamina B6.
Nix et al, estudaram os efeitos dos níveis de vitamina B6 em pacientes com diabetes tipo 2, nefropatia e lesão renal.
Esses estudos demonstraram que o diabetes tipo 2 estaria associado à uma diminuição do nível sanguíneo de vitamina B6 e à mudanças no metabolismo, especialmente em portadores de nefropatia.
O nível sanguíneo de vitamina B6 também foi menor no grupo de diabéticos com e sem retinopatia quando comparado com o de pessoas saudáveis.
Não está bem claro se o nível baixo de vitamina B6 contribui para o desenvolvimento do diabetes ou se o diabetes diminui o nível de vitamina B6. Ambas as hipóteses são plausíveis.
Leklen e Hollenback, em 1990, mostraram em seus estudos, que o consumo de glicose (açúcar) por pessoas saudáveis, causava um baixo nível de vitamina B6 na diabetes gestacional.
A inflamação crônica e o estresse oxidativo estão presentes no diabetes e no câncer e existem diversas pesquisas demonstrando o papel da vitamina B6 no combate à inflamação crônica.
Mocelin fez uma revisão da literatura médica e afirmou que não tem dúvidas sobre a forte relação entre os níveis de vitamina B6 e o aparecimento do câncer, independente de onde ele ocorra.
Wei and Mao demonstraram em um trabalho que a ingestão de vitamina B6 e seus níveis elevados no sangue tem efeitos protetores contra o tumor pancreático.
Quanto a toxicidade, é sabido que altas doses de vitamina B6 por tempo prolongado podem ser tóxicas e causar lesões nos nervos periféricos.
Por isso é de suma importância que não se faça automedicação. Somente um médico ou um(a) nutricionista estão devidamente habilitados para avaliar cada caso e fazer a indicação e a suplementação com segurança na dose certa, caso seja necessário.
O uso de remédios ou suplementos de maneira incorreta pode trazer riscos e consequências sérias para a saúde.
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