O que é osteoporose?
É uma condição na qual o osso se torna mais fraco, mais poroso e com perda da densidade, expondo o paciente ao um maior risco de sofrer fraturas.
Portadores de osteoporose possuem ossos que se quebram com mais facilidade. E, de forma popular, podemos dizer que ficam como “cascas de ovo”.
Para entender melhor a osteoporose é necessário saber que existem dois tipos de células, os osteoclastos e os osteoblastos, os quais estão envolvidos na formação e na renovação dos ossos.
A estrutura dos nossos ossos se renova constantemente.
Falarei primeiro aqui sobre os osteoclastos, que são responsáveis pela síntese dos componentes orgânicos da matriz do osso e estão envolvidos na absorção de minerais, eliminando áreas de tecido ósseo e criando cavidades.
Falando de forma metafórica é como se “um pássaro predador, como uma águia por exemplo, fosse tirando aos poucos pequeninos pedacinhos do osso com seu bico, deixando falhas e buraquinhos”, fazendo com que esse osso ficasse mais frágil.
Os osteoblastos, são responsáveis por preencher esses “buracos”, com material novo de reposição. E, mais uma vez falando de forma metafórica para facilitar a compreensão, é como se fosse um pássaro João de Barro, que vai levando o material para construir a sua casa, tapando os buraquinhos, nesse caso com barro e areia, e no caso dos ossos seria com minerais.
Até uma determinada idade há um equilíbrio entre às atividades dos osteoclastos, que seriam como a águia do exemplo dado anteriormente e que absorvem os minerais causando cavidades, e a atividade dos osteoblastos que seriam como o “João de Barro” do exemplo anterior que repõem o material e preenchem as cavidades para recuperar e renovar o osso.
O desequilíbrio, quando ocorre, pode estar ligado à uma deficiência de hormônios nas mulheres e à diminuição do estrogênio na menopausa, e nos homens, à redução de testosterona na andropausa.
Com este declínio hormonal, os osteoclastos, apelidados aqui de “águias”, passam a atuar com mais velocidade, degradando os ossos. E os osteoblastos, apelidados anteriormente de “João de Barro “, não são capazes de repor o material para recuperar esses ossos.
A esse primeiro estágio da degeneração óssea, chamamos de osteopenia, a qual tem início com o desequilíbrio.
Podemos dizer, cientificamente, que o depósito de minerais como cálcio e fósforo nos ossos não é mais efetivo, resultando no enfraquecimento dos ossos.
Quais seriam os indivíduos que teriam mais risco de desenvolver a osteoporose?
– Mulheres após a menopausa
– Usuários de inibidores da bomba de prótons (exs.: omeprazol, pantoprazol, lanzoprazol, e esomeprazol)
– Homens acima de 65 anos
– Tabagistas
– Alcoólatras
– Usuários de corticoide por período prolongado, acima de 3 meses
– Pessoas com história familiar de osteoporose
– Portadores de artrite reumatoide
– Diabéticos
– Indivíduos com problemas renais e endócrinos
– Usuários de medicamentos como antidepressivos, de hormônios tireoidianos, metotrexato, furosemida e outros.
Quais os principais sinais e sintomas da osteoporose?
A osteoporose normalmente é uma doença silenciosa que pode apresentar sinais e sintomas nas fases mais avançadas.
As perdas ósseas da osteoporose podem causar dores ósseas principalmente na região lombar, costas encurvadas, fraturas e redução da estatura (do tamanho) por colapsos das vértebras da coluna.
A fratura do colo do fêmur é muito frequente em idosos portadores de osteoporose.
Além disso, também são frequentes as fraturas das vértebras, punho e costelas.
Essa doença pode deixar os ossos tão fracos que até movimentos simples como tossir ou curvar-se podem levar à fraturas.
Como é feito o diagnóstico?
O diagnóstico deve ser feito por um médico que deverá fazer uma anamnese detalhada, exame físico, clínico e solicitar exames como a densitometria óssea, raio x, tomografia computadorizada, ressonância nuclear magnética ou outros que julgar necessários, a depender de cada caso.
O tratamento tem como principal objetivo interromper a progressão da osteoporose e conter a perda da massa óssea.
Nesses casos a profilaxia é muito importante devido a dificuldade de se reverter a perda dessa massa óssea.
Também é de suma importância:
– a mudança do estilo de vida
– abandonar o cigarro e o excesso de bebidas alcoólicas
– praticar atividade física frequente e adequada
– o replanejamento alimentar com o auxílio de uma nutricionista, retirando-se alimentos com maior potencial inflamatório e aumentando-se a ingestão de nutrientes importantes
– se expor ao sol
– suplementação adequada de minerais e vitaminas feita por profissional habilitado
Com relação ao tratamento farmacológico, normalmente se utiliza:
– Bifosfonatos (alendronato, risedronato, ibandronato e ácido zoledrônico) que ligam-se ao tecido ósseo e inibem a ação enzimática dos osteoclastos.
– Raloxifeno que é um modelador seletivo do receptor de estrogênio. Age como se fosse estrogênio mas não é hormônio.
Traz os benefícios do estrogênio sem seus efeitos colaterais.
É um bloqueador da reabsorção.
– Teriparatida que é um análogo do PTH, que é um hormônio produzido pela paratireoide e é responsável pelo controle de cálcio e fósforo no osso.
É um dos medicamentos mais promissores no tratamento da osteoporose, sendo o único que reverte parcialmente a perda da massa óssea.
– Denosumabe é um medicamento novo, um imunobiológico, que age reduzindo a absorção óssea e aumentando a formação do osso.
Cabe ressaltar, que todos esses medicamentos só devem ser tomados com prescrição e acompanhamento médico. Jamais faça automedicação!
E para finalizar gostaria de lembrar da autofagia tão comum nos idosos, que foi bem descrita pelo ganhador do prêmio Nobel de medicina em 2016, Yoshinori Oshumi.
Na autofagia o paciente passa a consumir parte do seu próprio corpo para preservar áreas nobres.