Para responder à essa pergunta é necessário explicar primeiro alguns conceitos importantes para facilitar a compreensão.
Nosso corpo possui uma microbiota que sofre várias mudanças desde o nosso nascimento.
Mas o que é microbiota?
Microbiota é o conjunto de microorganismos (bactérias, fungos, vírus, protozoários), bons e ruins, que habitam no nosso corpo.
O padrão da microbiota está diretamente ligado à nossa alimentação, que deve ser sempre saudável e equilibrada para que tenhamos uma microbiota adequada.
Cada pessoa possui uma microbiota individualizada e única, que é influenciada pela genética, tipo de parto (normal ou cesária), amamentação, alimentação, idade, medicamentos, contato com diferentes tipos de microrganismos, etc.
Existem estudos que demonstram uma ligação entre a microbiota intestinal e o desenvolvimento de distúrbios neurológicos como o Alzheimer.
A disbiose intestinal é o desequilíbrio da microbiota intestinal e ocorre quando o número de microorganismos ruins fica maior que o de microorganismos bons. E isso abre caminho para a instalação de várias doenças.
A disbiose pode ser causada pela má alimentação, como por exemplo pelo consumo exagerado de açúcar, alimentos industrializados, ultraprocessados e gorduras saturadas. E pelo baixo consumo de legumes, verduras e frutas variadas.
Também pode ocorrer pelo estresse, poluição, pelo uso prolongado de antibióticos, corticoides e medicamentos que diminuem a acidez do estômago.
Estudos demonstram que o “eixo intestino-cérebro” representa uma comunicação bidirecional entre o sistema nervoso central e o intestino (GAREAU, 2014, apud LOMBARDI, 2018).
A comunicação entre o cérebro e a microbiota se dá por meio de várias vias.
Alterações na composição da microbiota intestinal induzem o aumento da permeabilidade intestinal (KÖHLER et al., 2016), podendo resultar em produtos neuroativos e reações neuroinflamatórias no cérebro (SOCHOCKA et al., 2019), levando à inflamação sistêmica a qual, pode prejudicar a barreira hematoencefálica e promover a neuroinflamação, a lesão neural e a neurodegeneração (KÖHLER et al 2016).
Sendo assim, baseados em estudos científicos, podemos concluir que a disbiose intestinal contribui para o processo de neurodegeneração e pode estar associada ao Alzheimer. Nesse processo, a composição da microbiota intestinal tem papel de grande importância.
Cabe ressaltar, que esta microbiota é diretamente alterada pelos hábitos alimentares de cada indivíduo, o que demonstra que uma boa alimentação tem efeitos benéficos e pode atuar na prevenção do Alzheimer e de outras doenças.
Desta forma, o acompanhamento de um(a) nutricionista é fundamental para que haja a orientação correta sobre a alimentação. Da mesma forma, que também é indispensável o acompanhamento médico sempre que houver algum sinal ou sintoma.