Pode ser tratada também com a alimentação?
A Síndrome de Tourette é um problema neurológico e psiquiátrico que pode levar a um comprometimento psicossocial, impactando a vida do indivíduo. Costuma surgir na infância e adolescência, se manifestando através de tiques múltiplos, motores, vocais ou combinados, com duração acima de um ano.
Os principais sinais e sintomas da síndrome de Tourette se apresentam de forma impulsiva, involuntária e frequente. São eles:
– Emitir alguns ruídos (tiques vocais) como cacarejar, uivar, gemer, fungar, cuspir, soluçar, pigarrear, mudar o tom de voz ao falar, reproduzir som de latidos, grunhidos de animais, repetir frases e palavras obscenas.
– Repetição de tiques motores como piscar os olhos muitas vezes, fazer caretas, mexer os ombros, movimentar os dedos das mãos, fazer gestos obscenos, inclinar a cabeça e outros.
Geralmente tem início na infância, entre 4 e 7 anos, podendo piorar entre 10 e 12 anos.
É mais frequente em meninos e acredita-se que fatores hormonais, genéticos e ambientais estejam implicados nessa síndrome.
Cerca de 30 a 40% dos pacientes que apresentam a síndrome de Tourette na infância ou adolescência, permanecem com ela até a idade adulta. Sendo que 60 a 70% costumam melhorar quando realizam o tratamento.
Conhecida também como síndrome de Gilles de la Tourette, essa patologia foi descoberta no ano de 1825 pelo médico francês Jean Marie Itard que identificou o transtorno após observar o comportamento de uma jovem paciente francesa, a qual apresentava tiques corporais repetitivos desde a sua infância.
Essa síndrome pode estar associada também à transtornos obsessivos compulsivos, ao TDAH (transtorno do déficit de atenção e hiperatividade), ao transtorno de ansiedade e ao transtorno de aprendizado em crianças.
Enquanto nos adultos, a síndrome de Tourette pode estar associada à depressão, ao distúrbios bipolar e ao transtorno por uso de substâncias.
Existe possibilidade de cura para a Síndrome de Tourette?
É sabido que em alguns casos essa doença pode desaparecer na infância e retornar na fase adulta, mas existem tratamentos que podem controlar os seus sinais e sintomas.
Desta forma, é de suma importância procurar ajuda médica.
O uso de tratamentos e terapias combinadas vêm demonstrando bons resultados em pacientes portadores desses transtornos.
Aplicam-se nesses casos, a intervenção comportamental, terapias cognitivo-comportamentais e alguns medicamentos específicos (sob prescrição médica) como clonidina e topiramato, os antipsicóticos. E em alguns casos, até injeções de botox.
O tratamento ideal irá depender de cada caso e deverá ser feito por uma equipe multidisciplinar composta por médico, nutricionista, psicólogo e outros profissionais que possam agregar.
Cabe ressaltar, que os conhecimentos da saúde ortomolecular e saúde integrativa podem trazer muitos benefícios.
Diversos estudos científicos têm demonstrado que a exclusão de alguns alimentos considerados inflamatórios, como o glúten e outros com potencial alergênico, podem contribuir para a redução dos tiques motores e vocais.
Isto sugere que mais estudos sejam feitos para se avaliar a longo prazo os efeitos das estratégias alimentares e de suplementação de minerais e vitaminas no manejo desse distúrbio neuropsiquiátrico que pode não ter cura, mas tem controle.